Na segunda-feira, 31 de março, a Itaipu Binacional assinou um convênio com a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa) para investir R$ 81 milhões, ao longo de dois anos, na instalação de sistemas de geração solar fotovoltaica em 80 hospitais filantrópicos do estado. A cerimônia ocorreu em Londrina (PR), detalhando uma iniciativa anunciada em fevereiro.
Estrutura e impacto das usinas
O projeto prevê a instalação de 33 usinas fotovoltaicas: quatro de maior porte e 29 menores, distribuídas em cada hospital. “Serão quatro usinas fotovoltaicas e mais 29 usinas pequenas [instaladas] em cada um dos hospitais”, informou o presidente da Femipa, Charles London. As usinas terão capacidade de gerar 18 megawatts, suficiente para abastecer uma cidade de 60 mil habitantes, segundo a Itaipu.
A iniciativa deve gerar uma economia anual de R$ 12 milhões em contas de luz para os hospitais beneficiados. O diretor-geral da Itaipu, Enio Verri, destacou que os recursos economizados poderão ser usados para melhorar o atendimento. “Esses hospitais passam a contar com sua própria energia, uma energia limpa e barata. E, com isso, conseguem melhorar a qualidade de vida da população”, afirmou Verri.
Exemplo de economia
A Santa Casa de Londrina, uma das beneficiadas, gasta atualmente R$ 350 mil mensais com energia elétrica. Com os painéis solares, o custo deve cair para R$ 230 por mês, segundo a Itaipu. “As entidades vivem momentos de dificuldade e toda ajuda é muito bem-vinda. Deixando de pagar energia, sobram recursos para investimentos em outras áreas”, disse Héracles Alencar Arrais, diretor-geral da Santa Casa de Paranavaí e vice-presidente da Femipa.
Relevância e expansão
Os hospitais filantrópicos representam mais de 50% dos atendimentos do SUS no Paraná e 70% dos procedimentos de alta complexidade, como oncologia e transplantes. Cerca de 60% dos atendimentos das 92 instituições associadas à Femipa são pelo SUS, com algumas superando 70%. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, presente no evento, sinalizou a possibilidade de replicar o modelo em outros estados. “Ao economizar energia, o recurso vira mais atendimento, reduzindo o tempo de espera por atendimento médico especializado”, declarou.
Cronograma das obras
O convênio abrange hospitais dos grupos tarifários A e B (baixa e média tensão). As 29 usinas menores, instaladas em telhados ou coberturas de estacionamentos, têm obras previstas para iniciar em abril. As quatro usinas maiores devem começar a ser construídas em junho.