O Governo do Paraná bateu o martelo: o Centro de Convenções de Foz do Iguaçu agora vai ser do Estado. E não teve briga, discussão, nada. Os antigos donos — os tais acionistas — aceitaram numa boa, numa reunião online que durou menos do que o tempo de um café.
Mas pera lá: o que isso significa de verdade?
Significa que o prédio do Centro de Convenções, que há anos vinha dando mais despesa do que retorno, finalmente vai mudar de dono. Quem vai cuidar dele agora é o Governo do Estado, que classificou o imóvel como “de utilidade pública” — ou seja, algo que pode servir melhor à cidade se estiver nas mãos certas.
E sabe o que isso libera? Dinheiro. Dinheiro vivo, que pode cair nos cofres da Prefeitura. Dinheiro que hoje é gasto pra manter o Centro funcionando (mais de um milhão por ano) e que, agora, pode ser investido em coisas que realmente fazem diferença na vida das pessoas.
Apesar de o valor oficial ainda não ter sido divulgado, o prefeito General Silva e Luna afirmou, em entrevista à Rádio Cultura no dia 6 de abril, que a transação deve girar em torno de R$ 74 milhões.
Saúde, por exemplo. Porque quem depende do SUS em Foz sabe que tem posto lotado, fila pra exame, falta de médico e muito improviso. Com esse dinheiro entrando, já dava pra melhorar muito.
Dá também pra investir em obras paradas, em ruas esburacadas, em escolas precisando de reforma. E, claro, no turismo — que é a nossa galinha dos ovos de ouro, mas que precisa de estrutura de verdade, não só discurso bonito em época de eleição.
A desapropriação foi aprovada, tudo certo. Mas e agora? O que falta?
Falta o decreto do Estado, que oficializa a coisa toda no papel. Falta o dinheiro entrar de fato na conta da Prefeitura. Falta um plano claro do que vai ser feito com esses recursos. E, mais importante: falta transparência. Porque prometer que vai investir é fácil. Mostrar como, quando e onde vai investir, é outra história.
A bola está no campo da Prefeitura. Foz precisa que esse dinheiro se transforme em ação. Chega de prédio bonito abandonado. Chega de gasto que não volta pra população.
Se o Centro de Convenções vai sair das nossas costas, que isso signifique alívio — e não mais um capítulo do “era uma vez um projeto promissor”.
A cidade tá pronta pra virar a página. Mas quem tem a caneta na mão precisa escrever certo.