Um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes) revela que os gastos com apostas online estão adiando o início da graduação para 33,8% dos jovens apostadores.
A pesquisa “O Impacto das Bets 2”, realizada em abril de 2025, mostra como o fenômeno das “bets” interfere no acesso e na permanência dos brasileiros no ensino superior.
O impacto na educação
O levantamento aponta que 14% dos apostadores que já cursam o ensino superior precisaram atrasar mensalidades ou trancar o curso devido às despesas com as apostas.
Olhando para o futuro, 34,4% dos entrevistados afirmam que precisarão interromper os gastos com as bets para conseguir ingressar em uma faculdade no início de 2026.
Com base nos dados, a Abmes projeta que quase 1 milhão de estudantes podem ter sua trajetória acadêmica diretamente impactada pelas apostas virtuais no próximo ano.
Perfil e hábitos do apostador
A pesquisa, que ouviu mais de 2,3 mil jovens de 18 a 35 anos, traça um perfil do apostador brasileiro: 85% são homens, 85% trabalham e 72% têm filhos.
Metade dos entrevistados aposta com alta frequência, de 1 a 3 vezes por semana. O valor gasto também aumentou: o percentual de quem gasta mais de R$ 350 (trezentos e cinquenta reais) por mês subiu de 30,8% em 2024 para 45,3% em 2025.
Outras consequências e soluções
Além da educação, os gastos com apostas impactam outras áreas da vida dos jovens.
O estudo mostra que 28,5% já deixaram de frequentar restaurantes e bares, e 20,9% deixaram de investir em outros cursos, como os de idiomas.
Diante do cenário, a Abmes defende a criação de limites, controle e políticas públicas de conscientização sobre os riscos do uso excessivo das plataformas de apostas.