Foz do Iguaçu já sofre com temperaturas extremas e sensação térmica agravada pela umidade e pela carência de áreas verdes.
A decisão da prefeitura de, às vésperas do verão, permitir o corte de árvores na Avenida JK, em pleno centro, soma-se a outras supressões e representa um erro grave: aumenta o calor, reduz o conforto urbano e compromete a imagem da cidade diante dos turistas.
Quem vive em Foz sabe o quanto as árvores são fundamentais. Elas reduzem ilhas de calor, melhoram o ar, oferecem sombra, influenciam a saúde e qualificam o espaço urbano. Retirá-las do coração da cidade é condenar a população a um ambiente cada vez mais hostil.
Enquanto cidades no Brasil e no mundo ampliam programas de arborização, recuperam praças e criam parques, Foz segue na direção oposta. Já destaquei em outros textos a falta de áreas verdes locais, problema que vai além da estética: é questão de saúde pública, direito à cidade, estratégia turística e enfrentamento do aquecimento global.
Vender-se ao mundo como destino de biodiversidade e turismo e, ao mesmo tempo, cortar árvores dessa maneira, sem critérios claros, em áreas centrais ou mesmo em bairros, transmite descuido e falta de compromisso ambiental.
Isso prejudica a atratividade da cidade, afasta visitantes e nos coloca em desvantagem em relação a outros destinos.
Tenho defendido o que chamo de ESG Urbano: políticas que integrem sustentabilidade ambiental, justiça social e boa governança. Uma gestão que suprime árvores, em vez de preservá-las e multiplicá-las, compromete todos esses pilares.
O caminho correto é claro: ampliar a arborização, recuperar espaços verdes, repensar o uso do solo e adotar políticas que tornem a cidade mais fresca, saudável e acolhedora.
Árvores não travam o desenvolvimento; são parte essencial dele. Em vez de tornar a cidade um deserto, por que não inverter essa lógica e investir, por exemplo, na recuperação do Parque Monjolo e na melhoria de outras áreas e praças?
Foz não pode insistir no erro. Cortar árvores atrasa a cidade. Preservar e plantar é garantir um futuro mais justo, sustentável e digno para todos.