O Parque Tecnológico Itaipu (Itaipu Parquetec), em parceria com a Itaipu Binacional, a Receita Federal do Brasil e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), concluiu um projeto que transforma aparelhos de TV Box apreendidos em minicomputadores.
A iniciativa, denominada Ressignificação de Aparelhos TV Box, teve como objetivo dar um novo uso a equipamentos de pirataria, convertendo-os em ferramentas para aplicações educacionais e de Internet das Coisas (IoT).
Impacto Social e Ambiental
A Receita Federal estima que aproximadamente 4.781 aparelhos de TV Box são destruídos mensalmente apenas nas unidades do Paraná e de Santa Catarina.
O projeto demonstrou que cerca de 30% desse volume pode ser reaproveitado, reduzindo o lixo eletrônico. O estudo estimou que a ressignificação poderia atender até 29 escolas e cerca de 550 estudantes em um único ano, promovendo a inclusão digital.
Além dos resultados tecnológicos, a iniciativa proporcionou experiência prática a quatro bolsistas da Unioeste, que participaram dos testes e da descaracterização dos equipamentos.
Resultados Técnicos e Viabilidade
A equipe do projeto desenvolveu dois modelos funcionais, o Mini-PC Educacional e o Mini-PC IoT, além de nove “imagens” de sistemas operacionais e manuais de utilização.
A análise de viabilidade econômica apontou que os mini-PCs educacionais podem melhorar o desempenho escolar e que a oferta de cursos de capacitação para a ressignificação é financeiramente viável.
No campo da IoT, o desempenho dos aparelhos foi comparável a dispositivos como o Raspberry Pi, embora ainda existam desafios de confiabilidade e suporte técnico.
Avaliação dos Gestores
Segundo os diretores envolvidos, o projeto provou seu valor. “Mostramos que, mesmo com limitações, é possível transformar um problema em oportunidade de aprendizado e impacto social”, afirmou Iggor Gomes Rocha, diretor administrativo da Itaipu Binacional.
Para Irineu Colombo, diretor superintendente do Itaipu Parquetec, a iniciativa, embora experimental, é um avanço para a região. “Ele evidencia que o reaproveitamento tecnológico pode contribuir não apenas para a sustentabilidade ambiental, mas também para a formação acadêmica e comunitária”, concluiu.