Não há dúvidas de que a nossa cidade tem muito — mas muito mesmo — potencial. Potencial esse que é visto no turismo, no receptivo, na atratividade como destino e na exuberância de nossa diversidade natural, humana e cultural.
No entanto, mesmo com tantos atributos, Foz do Iguaçu segue sendo destaque negativo entre as cidades brasileiras — em diversos quesitos — e, de acordo com indicadores consistentes, piorando.
Vamos a alguns números.
De acordo, por exemplo, com o Ranking de Competitividade dos Municípios, organizado com a metodologia do Centro de Liderança Pública (CLP), a cidade despencou 57 posições no quesito “Instituições”, que mede, entre outros pontos, a saúde fiscal e o funcionamento da máquina pública.
Quando comparada com cidades do Paraná, a cidade amarga apenas a 19ª colocação, depois de ter caído 4 lugares.
Além disso, a capacidade de gerar riquezas catalisadas pelo setor público é de causar constrangimento em quem é da cidade e se depara com os números: a queda da taxa de investimento, quando comparada à de outros municípios, foi de 66 posições no ranking em apenas um ano, sendo que, no Paraná, estamos apenas na 24ª colocação e, olhando para o país, não figuramos sequer entre as 350 melhores colocadas.
Vale lembrar que, enquanto uma taxa de investimento alta indica expansão da capacidade produtiva, uma taxa baixa aponta para estagnação e pouco investimento, reduzida melhoria de infraestrutura e limitada capacidade instalada nos setores econômicos.
Ainda pensando na economia, mas olhando para a renda da população e a geração de empregos, perdemos sete colocações — em 24 meses — no quesito “inserção econômica”, tendo como agravante a queda de 70 posições nacionalmente (e cinco no Paraná) na geração de empregos formais, além de sofrermos pioras substanciais nos índices de formalidade e aumento da massa de pessoas em condição de vulnerabilidade, indo inclusive na contramão do país, cujos índices melhoraram em todos os quesitos. Ou seja, a cidade está ficando para trás de outras cidades e do próprio Brasil.
E, para nos causar ainda mais preocupação, se aprofundarmos e observarmos questões de forte relevância contemporânea — e essenciais para a reputação da cidade globalmente e até para as agências de fomento — o tombo foi de 10 colocações em práticas de ESG (Ambiental, Social e de Governança) e 12 pontos em atendimento aos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável).
Não trato aqui de uma crítica a um governo municipal específico, seja o atual — que navega nos números do presente — ou o anterior, que tem provável participação nesses resultados. Trato, sim, de dados, de informações extraídas e da inevitável comparação com outras cidades ou mesmo com os números médios do país.
Estamos mal, perdemos a mão do desenvolvimento, renegamos a diversificação da matriz econômica e continuamos apostando em poucos setores, ou praticamente em um. Parece que não aprendemos absolutamente nada com a pandemia.