O governo federal registrou déficit primário de R$ 100,4 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional.
O resultado reflete o desequilíbrio entre receitas e despesas públicas e coloca em xeque a meta de déficit zero estabelecida no novo arcabouço fiscal.
Receitas em alta, mas despesas superam arrecadação
A arrecadação totalizou R$ 1,686 trilhão (um trilhão, seiscentos e oitenta e seis bilhões de reais) no período, com crescimento real de 3,5% em relação ao ano anterior.
As despesas, contudo, somaram R$ 1,787 trilhão (um trilhão, setecentos e oitenta e sete bilhões de reais), aumento real de 2,8%. A diferença entre receitas e gastos mantém o resultado negativo nas contas públicas.
A Previdência Social respondeu pela maior parte do déficit, com saldo negativo de R$ 286,3 bilhões (duzentos e oitenta e seis bilhões e trezentos milhões de reais).
Meta fiscal inviável
A meta de déficit zero, prevista no arcabouço fiscal, tornou-se impraticável diante do ritmo das despesas.
A Instituição Fiscal Independente (IFI) estima que seriam necessários cortes adicionais de R$ 27,1 bilhões (vinte e sete bilhões e cem milhões de reais) para que o governo atingisse o equilíbrio fiscal ainda em 2025.
Mesmo excluindo os gastos considerados “fora da regra fiscal”, o resultado negativo permaneceria em R$ 30,2 bilhões (trinta bilhões e duzentos milhões de reais).
Tesouro em superávit e Banco Central em déficit
Os dados também apontam contrastes entre órgãos federais.
O Tesouro Nacional registrou superávit de R$ 186,4 bilhões (cento e oitenta e seis bilhões e quatrocentos milhões de reais), enquanto o Banco Central apresentou déficit de R$ 523 milhões (quinhentos e vinte e três milhões de reais).
A disparidade reforça o cenário de desequilíbrios financeiros e incertezas sobre a condução da política fiscal no país.














