Tem governo que se desgasta com o tempo. E tem governo que já nasce vencido, precisando de reanimação. O de Foz do Iguaçu, infelizmente, se encaixa no segundo caso.
A administração Silva e Luna é, sem rodeios, xoxa, capenga, manca, anêmica, frágil e inconsistente. E, a cada semana, consegue se superar na arte de decepcionar até quem já não esperava nada.
O prefeito, que outro dia tropeçou em siglas numa entrevista e confundiu UPA com UBS, agora é acusado de confundir gente com jangada.
Segundo relatos, ao ser cobrado por vereadores sobre a falta de diálogo, teria dito:“A gente usa a jangada pra atravessar o rio, depois descarta, pra não ficar carregando peso.” Ou seja: aliados e apoiadores são descartáveis. Serviram pra ganhar eleição; agora, que se afoguem sozinhos.
Mas o problema é que essa jangada parece levar junto a própria cidade. Porque, depois de quase um ano de mandato, o que se vê é uma gestão que fala em eficiência, mas coleciona buracos, escândalos e desculpas.
Os números falam por si: 60% de aumento em cargos políticos, torrando mais de R$ 40 milhões; contrato do lixo reajustado pra R$ 243 milhões; saúde pública em colapso; crescimento da criminalidade; moradores de rua e servidores da educação revoltados; e, como se não bastasse, o vice-prefeito ostenta seis assessores, cada um custando entre 11 e 14 mil reais por mês. Pra quê tanto assessor? Nem o ego político precisa de tanto apoio técnico.
Cidadão comum sendo processado pelo prefeito por criticá-lo em grupos de WhatsApp; escândalos com os secretários; bebedeira em horário de expediente… E a lista segue: no FozTrans, na Secretaria de Obras, de Esportes, Comunicação e Educação.
Enquanto isso, a cidade segue esburacada, o diálogo morto e as redes sociais viraram palanque oficial. O governo que prometia união virou sinônimo de isolamento. E a democracia, por aqui, virou figurante.
A fala da jangada explica tudo: usar pessoas como degrau e descartá-las depois virou método de gestão. Mas o prefeito esquece que um dia o rio vira maré contrária, e o barco que ele empurrou pode ser o mesmo que vai precisar pra voltar.
Eu, sinceramente, já tô de saco cheio de falar desse governo. É um looping de incompetência com trilha sonora de autoelogio.
Mas Foz do Iguaçu é resistente. Essa cidade já sobreviveu ao maior desastre natural de 2015, quando o granizo destruiu casas, carros e sonhos, e, ainda assim, se reergueu.
Vai sobreviver também a essa tragédia administrativa, porque Foz é maior que qualquer mandato.
Quando esse governo acabar, o prefeito vai embora com a mochila nas costas. Nós ficaremos, reconstruindo a cidade, varrendo os destroços e lembrando que, na política, o que se descarta cedo demais costuma voltar pra assombrar.

















































