A Secretaria Estadual da Segurança Pública desenvolve uma ferramenta inédita no país para identificar a probabilidade de mulheres que já foram vítimas de violência doméstica voltarem a sofrer agressões.
O Algoritmo de Revitimização de Violência Doméstica utiliza inteligência artificial para cruzar dados de Boletins de Ocorrência Unificados registrados entre 2010 e 2023, com o objetivo de subsidiar futuras ações preventivas das polícias do Paraná.
A tecnologia analisará mais de 15 milhões de informações provenientes de boletins de ocorrência e do Formulário Nacional de Avaliação de Risco, elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça.
Com esses dados, será elaborado um dashboard que apresentará fatores associados à maior probabilidade de novas agressões, como a existência de filhos, dependência financeira da vítima em relação ao agressor, situação de desemprego ou dificuldades financeiras do autor e acesso a armas de fogo.
Apresentação da ferramenta
A tecnologia foi apresentada no auditório da Secretaria da Segurança Pública durante o Seminário de Dados e Inteligência Artificial em Segurança Pública, realizado nesta segunda-feira, dia 1.
O responsável pelo projeto, coronel Cláudio Todisco, afirmou que o uso de dados das polícias Militar e Civil do Paraná visa ampliar a capacidade de prever reincidências e orientar respostas mais precisas.
O algoritmo fornecerá um índice de 0 a 1 que representa o nível de risco de a vítima sofrer uma nova agressão, direcionando o trabalho das equipes de segurança. A intenção é agilizar o atendimento e reduzir a probabilidade de revitimização.
Desenvolvimento e parceria técnica
Os dados passam por etapas de coleta, tratamento, modelagem e validação, com testes iniciais já realizados.
O desenvolvimento é conduzido pelo Centro de Análise, Planejamento e Estatística, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
O ciclo de aperfeiçoamento da ferramenta seguirá ao longo de 2026.
Previsão de cenários
A delegada titular da Delegacia da Mulher da Capital, Emanuele Maria de Oliveira Siqueira, afirmou que o algoritmo permitirá prever cenários com base em informações recorrentes.
Ela destacou que a inteligência artificial não substitui a análise individual feita pelos agentes, mas fornecerá subsídios estatísticos para ações preventivas.

















