Foz do Iguaçu aderiu nesta semana ao Programa Rota Turística Caminhos do Peabiru, uma iniciativa do estado do Paraná para restaurar um trajeto histórico e promover o turismo sustentável. O programa conectará municípios por meio de trilhas, incentivando o ecoturismo e a economia local. A adesão foi confirmada pela Secretaria de Estado do Turismo (Setu-PR), e agora a cidade planeja sua participação.
O Caminho do Peabiru, que significa “Caminho Antigo de ida e volta” em Guarani, era uma rota de 3 mil quilômetros usada por povos indígenas como Guarani, Kaingang e Xetá, ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Passava por países como Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil, e no Paraná, atravessava 84 municípios e dois distritos, incluindo Foz do Iguaçu. Figuras históricas como São Tomé e Aleixo Garcia também teriam usado o caminho, segundo pesquisas.
O programa não pretende recriar o trajeto exato, já que muitos vestígios foram perdidos com o avanço urbano. Em vez disso, busca criar um percurso simbólico para homenagear a história, com 1,5 mil quilômetros e mais de 700 sítios arqueológicos mapeados. “A visão do Estado é fomentar justamente o ecoturismo, a conexão entre atrativos já existentes no território, a valorização dos corredores de biodiversidade e promover o turismo que gera qualidade de vida”, explica Anna Vargas, coordenadora de Gestão e Sustentabilidade da Setu-PR.
Para o secretário de Turismo de Foz, Jin Petrycoski, o projeto trará benefícios à cidade. “Eu acredito que esse resgate da ancestralidade é muito importante para o estado do Paraná como um todo. E, para Foz do Iguaçu é muito bacana, porque vai criar mais um atrativo dentro do segmento de natureza e aventura”, destaca. A próxima etapa será definir a rota local em parceria com a comunidade, considerando aspectos ambientais e turísticos.
Coordenado pela Setu-PR, com apoio da Secretaria de Planejamento e da Paraná Projetos, o programa também conta com a Rede Brasileira de Trilhas. Até agora, 90 cidades participam, incluindo 75 dos 86 territórios originais e 15 cidades vizinhas. O projeto prevê a criação de trilhas, infraestrutura, divulgação e educação ambiental para moradores e turistas.