O ex-chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, acusou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, de ter participado de procedimentos irregulares em investigações contra bolsonaristas.
A declaração foi feita durante uma audiência na Comissão de Segurança do Senado nesta terça-feira (2).
Detalhes da acusação
Segundo Tagliaferro, Gonet, quando era vice-procurador-geral eleitoral em 2022, manteve contatos diretos com seu gabinete para solicitar medidas que extrapolavam o rito legal, o que revelaria um alinhamento entre o Ministério Público e o Judiciário.
O ex-assessor apresentou aos senadores imagens de supostas conversas de WhatsApp que mostrariam pedidos de Gonet e de um assessor para a elaboração de relatórios e o repasse de informações a Alexandre de Moraes, então presidente do TSE.
Em um dos diálogos, Gonet teria solicitado uma lista de decisões sobre remoção de conteúdo. Tagliaferro também relatou que Moraes encaminhou um vídeo a Gonet e pediu auxílio para identificar o autor da publicação.
Contexto e reação
No ano passado, o jornal Folha de S.Paulo revelou que o setor de combate à desinformação do TSE foi utilizado como um braço investigativo do gabinete de Moraes no STF.
Durante a sessão desta terça-feira, que foi transmitida ao vivo, Tagliaferro chegou a exibir o número de telefone do atual procurador-geral.
A assessoria de Paulo Gonet, que participa do julgamento de Jair Bolsonaro no STF, informou que não se manifestaria sobre o caso.