Quais são seus sonhos, o anseio de sua alma? O que faz seu coração bater mais forte? Qual o seu projeto de vida?
Você já pensou nisso?
Quando falo de sonhos, não falo sobre o que temos enquanto dormimos; falo daqueles que te impulsionam a prosseguir.
Uma vida agitada ocupa o nosso dia a dia; vivemos no automático e esquecendo daquilo que realmente queremos para hoje e para o amanhã. Esquecemos de semear sonhos e ideais. A urgência rouba a vida do que é necessário para se viver com o ser. Passamos pela vida e nem lembramos de apreciá-la. Se não semeamos, não colhemos.
As estações mudam, e assim também a vida:
No verão, o sol intenso aquece e dá energia.
No outono, as folhas caem para dar lugar ao novo.
Na primavera, a vida se renova em cores e perfumes, e então, chega o inverno: o frio e o silêncio nos convidam à reflexão – os ciclos se renovam.
É nesse movimento que você deve se perguntar: quais são seus sonhos?
Escreve seu sonho e torne-o bem legível!
O simples ato de escrever ativa múltiplos sistemas no cérebro. A região ligada às escolhas, ao planejamento e ao foco é estimulada. O hipocampo registra esses desejos na memória de longo prazo. Já o sistema de atenção começa a priorizar aquilo que você declarou como importante.
Quando você fala o sonho em voz alta, cria uma testemunha interna: o cérebro aciona o sistema auditivo e o de recompensa, liberando dopamina. Essa química reforça o desejo e fortalece a ponte entre intenção e ação.
Nesse processo, entram em cena dois fatores poderosos: o efeito priming e a metacognição.
No priming, sua mente passa a filtrar o ambiente e destacar oportunidades ligadas ao seu ideal.
Na metacognição, você aprende a pensar sobre o próprio pensamento, equilibrando emoção e razão, reduzindo a impulsividade. Seu objetivo declarado vira um “norte emocional”, sustentando você mesmo em meio às frustrações.
É claro que haverá dias de inverno, em que não conseguimos sair de nós mesmos. Mas os sonhos declarados transcendem o tempo. Eles resistem, mesmo quando tudo parece perdido. Você se lembrará, e ainda que tardar, ele certamente virá. Veja quais são as fragilidades, traga à consciência suas impossibilidades, entenda o que não consegue fazer e aceitar; converse consigo mesmo, compartilhe com Deus. Muitos projetos nascem do frio do inverno; muitos ideais só surgem no fundo do poço.
A crise traz um paradoxo: dor e esperança.
No fundo do poço, duas forças convivem:
A dor intensa, que destrói o velho.
E pequenos lampejos de esperança, que empurram para criar algo novo.
Viktor Frankl, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto, chamou essa força de “vontade de sentido”: a capacidade de projetar algo maior do que a dor atual.
Grandes sonhos nascem justamente em momentos de crise porque:
A crise quebra padrões antigos.
A dor aumenta a plasticidade do cérebro.
A ausência de sentido força a mente a criar novos significados.
E o escuro interno obriga a acender uma luz — e essa luz é o seu sonho.
Por isso, não desista.
Se hoje você está no inverno da alma, lembre-se: é nele que a semente germina.




























