“É hora de seguir novos rumos. Não tenho apego ao poder e gostaria de viver a vida que me resta sem as responsabilidades do cargo. Os sacrifícios e os ônus da nossa profissão acabam se transferindo aos familiares e às pessoas queridas.”
Foi assim que Luís Roberto Barroso informou seus pares da decisão de antecipar sua aposentadoria como Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Como reflexo do atrevimento de um escritor amador, ousaria reescrever a fala do Barroso, já que é mania coletiva o querer desconstruir ou ressignificar, como se fosse possível relativizar ao bel-prazer tudo e todos, como típico de quem acredita em democracia relativa, em virtude do diagnóstico de transtorno de aprendizagem.
“É hora de seguirmos novos rumos”. Aqui, Barroso, como um bicho assustado reconhece que navegou em águas profundas com canoa à remo e sua fala demonstra que é momento de retornar à terra firme ostentado seu troféu de covardia e medo.
Quando o ex-togado diz “não tenho apego ao poder e gostaria de viver a vida que me resta sem as responsabilidades do cargo”, na verdade ele está querendo dizer “gostaria de viver a vida que me resta sem assumir novas consequências advindas em virtude da politização do judiciário que eu mesmo provoquei” e para isto, abro mão do poder – vai ser difícil –, mas prefiro viver como um anônimo sem poder, a viver sem passaporte, sancionado pela Lei Magnitsky sem frequentar Harvard e New York.
“Os sacrifícios e os ônus da nossa profissão” é uma referência clara às sanções aplicadas sobre alguns ministros do STF, algo inédito no Brasil e que contrasta totalmente aos louros recebidos por outros ex-ministros, de outras gerações.
A esta geração, resta-lhe como homenagem uma dedicação do show da Alcione e nada mais. É uma piada pronta! Se recebo esta homenagem de Alcione, trato urgentemente de esconder no porão da minha casa antes que descubram este constrangimento.
Sigamos. Ao dizer que “os ônus da nossa profissão acabam se transferindo aos familiares e às pessoas queridas” significa dizer que em virtude de desmandos, do estupro à Constituição, do vilipêndio à Instituição, da promoção à censura, das falas ideológicas e de perseguição a opositores políticos, ele teve uma sanção por parte do governo americano e que tal sanção respingou em seus familiares e empresas que estavam na América. É o famoso “socialismo para vocês, capitalismo para mim”.
Enfim, Luiz Roberto Barroso deixa pessoas gratas; juízes auxiliares do STF que foram beneficiados por alguns penduricalhos no montante de R$10.000,00 ao mês não se cabem em gratidão.
Quem também não se contém em alegria são os aposentados por invalidez que viu o ex-ministro, indicado pela Dilma Rousseff, votar pela redução do valor de suas aposentadorias.
Muitos outros também se transbordam em sorrisos por não precisar ouvir aquela voz suave e aveludada, lembrando criminosos frios e calculistas, contudo, neste país de pobreza onde a alegria do pobre dura pouco, lembramos que o próximo Ministro será indicado pelo fantoche, Luizim.
Desejo que Barroso se recupere desta síndrome do pânico e possa viver a vida que lhe resta sendo uma pessoa com coragem para dizer o que quer dizer.




























Excelente abordagem do assunto
Concordo plenamente com o texto. Escrito de forma descritiva e muita coerência.Sai um ministro que sempre violou nossos direitos e entra um bobo da corte.
Em outras situações ele não sobreviveria por muito tempo, o problema é que os conservadores não acordam para a guerra, enquanto isso eles bombardeiam sem tréguas os poucos que restam do conservadorismo. Diga-se de passagem a algum tempo atrás, alguns que já foram retirados de cena.
Enquanto não derrubarem os que seguram as cortinas, o teatro vai continuar para um público enclausurado.
Acovardar-se agora, pois até então se escondia “dentro da toga”…
Acovarda-se agora, pois até então se escondia “dentro da toga…”
Excelente conteúdo e abordagem!!! Maravilhoso