Está marcada para esta segunda-feira, 26 de maio de 2025, às 20h, uma manifestação popular em frente à residência do prefeito de Foz do Iguaçu, general Joaquim Silva e Luna. O ato foi convocado por páginas locais de entretenimento, que afirmam representar o sentimento de parte da população insatisfeita com os rumos da atual administração.
A mobilização ocorre após 232 dias de governo — somando 142 dias de mandato e 90 de transição — e surge como resposta a críticas recorrentes sobre os serviços públicos no município. Entre as principais demandas estão melhorias na saúde, valorização da educação, infraestrutura adequada e maior transparência por parte da Prefeitura.
Reivindicações dos organizadores
A convocação, que circula nas redes sociais com o slogan “É hora de dar um basta”, incentiva a população a comparecer com cartazes, destacando a necessidade de ação cidadã diante do que consideram promessas não cumpridas.
Os organizadores apresentam uma pauta com 12 pontos principais: segurança pública, saúde de qualidade, pavimentação duradoura, valorização de professores e servidores, economia nos gastos públicos, limpeza urbana, transparência na gestão e comprometimento dos vereadores com a população.
Além das críticas à administração direta, o movimento também aponta falhas no papel da Câmara de Vereadores, que, segundo manifestantes, tem se mostrado alinhada à gestão municipal e distante das reivindicações populares. A falta de fiscalização mais incisiva e a ausência de debates públicos também são alvo de contestação.
Nota oficial da Prefeitura
Em resposta à convocação, a Prefeitura de Foz do Iguaçu divulgou uma nota oficial repudiando o protesto, classificando-o como “incitação irresponsável” promovida por páginas que, segundo o texto, “difamam, caluniam e espalham desinformação”.
A nota argumenta que a manifestação extrapola o direito à crítica democrática, especialmente por ser convocada em frente à residência particular do prefeito. A administração defende a reputação do chefe do Executivo, destacando seus 50 anos de serviço público e afirmando que ele mantém uma postura “ética, honrada e aberta ao diálogo”.
O documento também contesta a interpretação de uma fala do prefeito, usada na convocação como exemplo de suposto descaso. Segundo a Prefeitura, a declaração foi retirada de contexto e tratava-se de uma orientação sobre prudência em situações de risco, como a travessia de vias alagadas, e não uma tentativa de transferir responsabilidades à população.
Por fim, a Prefeitura informou que tomará medidas legais nas esferas cível e criminal contra os responsáveis pela convocação, acusados de tentar criar um ambiente de instabilidade social.
Cenário local
A manifestação ocorre em um momento de crescente insatisfação pública com a situação dos serviços essenciais em Foz do Iguaçu. Cidadãos têm denunciado precariedade no atendimento à saúde, com relatos de demora, falta de insumos e estrutura deficiente.
Na educação, professores e servidores apontam a ausência de planejamento e a não efetivação de promessas como a implementação do piso salarial nacional. No setor de infraestrutura, ruas esburacadas e obras com curta durabilidade têm gerado reclamações em diferentes bairros da cidade.
Também há críticas direcionadas à comunicação institucional da Prefeitura, considerada por muitos moradores como falha e distante da população.
Segundo esses relatos, a ausência de uma estratégia clara de comunicação estaria abrindo espaço para o fortalecimento de páginas informais nas redes sociais, que assumem o papel de intermediadoras entre o poder público e os cidadãos.
A própria nota de repúdio da Prefeitura recebeu comentários negativos em seus canais oficiais, com internautas questionando o uso de meios institucionais para uma defesa de caráter pessoal.
O episódio evidencia uma crescente tensão entre a administração municipal e parte da sociedade civil, que cobra respostas mais efetivas, diálogo transparente e ações concretas frente aos desafios que a cidade enfrenta.