Se alguém me dissesse, em 2019, que eu perderia meu emprego estável, abriria um negócio no meio da pandemia e, cinco anos depois, estaria ensinando outras mulheres a fazerem o mesmo, eu não acreditaria.
Mas é exatamente isso que aconteceu.
Meu nome é Eliane Moreno, sou empreendedora na área da beleza em Foz do Iguaçu e, mais importante: sobrevivi aos 50% que fecharam as portas. Este não é só um artigo sobre como empreendi — é sobre porque arrisquei quando todos diziam para esperar, o que aprendi errando (muito!) e como você pode usar o medo a seu favor.
Medo é combustível — aquele frio na barriga ao registrar meu CNPJ? Ele me mantinha alerta, não paralisada.
Sobrevivi porque humanizei meu negócio — enquanto outros fechavam, eu descobri que na área de serviços (e em qualquer outra), clientes compram pessoas antes de comprar produtos.
O empreendedorismo é feito de carne, osso e coragem. Enquanto a tecnologia nos apresenta possibilidades, são as pessoas — com seus sonhos, riscos e resiliência — que transformam visões em negócios reais.
Em Foz do Iguaçu, cidade onde nasci, o turismo e a fronteira criam um cenário único para negócios. Mas foi em meio ao caos da pandemia que descobri minha verdadeira força: a capacidade de empreender quando tudo parecia perdido.
Em 2019, fui demitida do emprego onde trabalhava há anos como CLT. De repente, me vi sem rumo, como milhões de brasileiros. O sonho de ter meu próprio negócio, antes adormecido, tornou-se minha única saída.
Busquei conselhos de empresários experientes, e a resposta era sempre a mesma: “Agora não é hora de arriscar.” Mas eu decidi questionar essa lógica. Se esperasse o “momento perfeito”, ele nunca chegaria.
Abri minha empresa com as mãos tremendo, mas o coração decidido. O medo estava lá — e isso era normal. A diferença? Eu não deixei que ele me paralisasse.
Os números mostram o tamanho do desafio: durante a pandemia, quase 10 milhões de empresas foram abertas no Brasil. Até 2023, metade já havia fechado. E, no setor de serviços — como o meu —, a taxa de sobrevivência foi ainda mais baixa.
Mas aqui estou, cinco anos depois, provando que é possível não apenas sobreviver, mas prosperar.
O segredo? Não existe “produto” mais valioso que pessoas.
Minha empresa atua na área da beleza, um mercado onde o “produto” é intangível: trabalhamos com expectativas, autoconfiança e resultados. Aprendi que, mais do que técnica, o que faz um negócio durar é a humanização.
Muitas empresas fecham porque seus donos se esquecem de um detalhe crucial: clientes são pessoas, não números. Se você não treina sua equipe para entender isso, nenhuma estratégia de marketing vai salvar seu negócio.
Hoje, não só mantive minha empresa de pé como ajudo outras mulheres a transformarem seus sonhos em realidade. Capacito jovens profissionais, mostro a empreendedoras como migrar do físico para o digital e, acima de tudo, provo que limitações não definem seu potencial.
Se há uma lição que carrego é esta: empreender nunca será sobre ausência de medo, mas sobre coragem para agir apesar dele.
Se você está lendo este artigo com um sonho guardado na gaveta, faça a si mesma uma pergunta: “Se não for agora, quando?”
A crise nunca será o cenário ideal — mas é justamente nela que surgem os negócios mais inovadores. O fracasso é uma possibilidade? Sim. Mas o arrependimento por não ter tentado dói muito mais.
O mundo precisa do que só você pode oferecer. Que tal começar hoje?