Um estudo conduzido em Israel por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), entre outras instituições, apontou uma associação entre a vacinação com mRNA contra a COVID-19 no início da gravidez e um aumento nos índices de abortos espontâneos e natimortos.
A análise, que avaliou mais de 220 mil gestações, sugere um número de perdas fetais “substancialmente maior que o esperado”.
Principais Resultados da Pesquisa
O estudo, intitulado “Observed-to-Expected Fetal Losses Following mRNA COVID-19 Vaccination in Early Pregnancy”, comparou dados de gestações entre 2016 e 2022. As principais descobertas foram:
Gestantes que receberam a primeira dose da vacina de mRNA (principalmente Pfizer) entre a 8ª e a 13ª semana de gestação apresentaram cerca de 3,9 perdas fetais adicionais a cada 100 gestações, em comparação com dados históricos.
Para a terceira dose no mesmo período, o estudo apontou cerca de 1,9 perdas fetais adicionais por 100 gestações.
A maioria das perdas fetais em excesso ocorreu após a 20ª semana de gestação.
Não foi observado aumento de risco para mulheres vacinadas antes da gravidez.
Metodologia e Fator de Controle
Os pesquisadores utilizaram dados históricos (2016–2018) para calcular o número esperado de perdas fetais e o compararam com os números observados no grupo de vacinadas, ajustando para fatores de risco individuais.
Como forma de controle, o estudo também analisou gestantes vacinadas contra a gripe, que apresentaram menos perdas fetais que o esperado.
Segundo os autores, esse fato reforça a hipótese de uma associação real com as vacinas de mRNA, pois anula o chamado “viés do vacinado saudável” — uma tendência de que pessoas que se vacinam são, em geral, mais saudáveis.
O estudo foi liderado pelo sociólogo Josh Guetzkow, da Universidade Hebraica, em colaboração com Retsef Levi, professor do MIT e recentemente nomeado para o conselho consultivo do CDC norte-americano, e Yaakov Segal, chefe de obstetrícia de um dos principais hospitais de Telavive.
Fonte: Observed-to-Expected Fetal Losses Following mRNA COVID-19 Vaccination in Early Pregnancy