Pouca gente sabe, mas todos os anos a Prefeitura de Foz do Iguaçu prepara um documento chamado Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ele pode até parecer técnico e dificil, cheio de siglas e números, mas, na prática, define os caminhos da cidade.
É a partir desta lei que se decide onde, como e quanto a prefeitura vai gastar em áreas como saúde, educação, infraestrutura, segurança e assistência social.
A LDO é, portanto, um instrumento fundamental. Ela ajusta o planejamento das finanças da prefeitura e serve como base para o orçamento oficial que será executado no ano seguinte. Mas, apesar da sua importância, a LDO ainda é pouco conhecida e sempre pouco discutida pela população.
É comum que a audiência pública da LDO, obrigatória por lei, aconteça para plateias esvaziadas. As vezes faltam linguagem acessível e, principalmente, vontade política de abrir o planejamento da cidade para o povo.
A verdade é que grande parte das decisões orçamentárias acaba sendo tomada por técnicos e políticos sem a escuta real das necessidades dos bairros, das periferias e das comunidades.
Essa distância entre a população e o orçamento contribui para um problema mais profundo: a sensação de que a política não serve para nada, quando, na verdade, ela é a ferramenta mais poderosa para mudar a realidade.
Afinal, como pensar um orçamento público sem ouvir quem depende do posto de saúde do bairro? Como planejar os gastos da educação sem escutar mães, pais, professores e alunos? Como distribuir investimentos em obras e serviços sem saber onde estão os maiores problemas?
O desafio que se impõe é claro: transformar a LDO em um processo ativo, participativo e transparente e que os meios de comunicação ajudem a traduzir esse debate para o cotidiano das pessoas.
Mas também exige algo do cidadão: participação.
O projeto da LDO 2026 já está na Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, e nos próximos dias os vereadores devem marcar a audiência pública obrigatória para discutir a proposta com a comunidade.
Esse é o momento de agir. É a chance de dizer, com todas as letras, o que é prioridade para o bairro onde você mora e para a cidade que queremos construir.
Quando a audiência for marcada, participe. Leve sua demanda. Escute, fale, proponha. Porque orçamento público não é assunto técnico. É assunto de todos nós.