O vice-prefeito de Curitiba e atual secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Paulo Martins, oficializou nesta quarta-feira (23) sua filiação ao Partido Novo.
A cerimônia pública está marcada para o dia 8 de agosto, às 19h, na Sociedade Thalia, em Curitiba, e contará com a presença de lideranças nacionais da legenda, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o deputado federal Marcel Van Hattem (RS) e o ex-deputado Deltan Dallagnol.
A entrada de Paulo Martins no Novo representa um movimento estratégico dentro da política paranaense, com possível reflexo nas articulações para a sucessão do governador Ratinho Junior (PSD) em 2026. Nos bastidores, o vice-prefeito é citado como uma possível alternativa da direita para a disputa pelo Governo do Estado.
Paulo Martins tem relação próxima com Ratinho, de quem foi assessor especial, e deve buscar o apoio do governador, cuja gestão registra aprovação próxima de 80% no Paraná — fator considerado decisivo no cenário eleitoral.
Segundo ele, a escolha pelo Novo foi motivada pelo alinhamento do partido com suas convicções ideológicas. Ex-deputado federal e candidato ao Senado em 2022 com apoio do então presidente Jair Bolsonaro (PL), ele defende pautas como a redução do papel do Estado na economia, privatizações, flexibilização das normas trabalhistas e oposição ao aborto, à legalização das drogas e ao estatuto do desarmamento.
Na eleição de 2022, Martins conquistou 1.690.000 votos no Paraná (29,12% do eleitorado), mas foi superado por Sergio Moro (União Brasil), que venceu a disputa pela única vaga ao Senado em jogo no estado.
Além de seu histórico político, Paulo Martins é jornalista de formação e ganhou notoriedade como comentarista da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná, com forte posicionamento crítico ao governo do Partido dos Trabalhadores.
Sua atuação como parlamentar e comunicador consolidou sua imagem como uma liderança de perfil conservador, vinculada à chamada “direita raiz”, tendo participado ativamente das manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
A filiação ao Partido Novo também reforça o reposicionamento do ex-deputado em direção ao campo mais ideológico da direita liberal. De acordo com o ranking GPS Partidário, elaborado pela Folha de S.Paulo, o Novo é o partido mais à direita do país, com 100 pontos em uma escala de 1 a 100. O índice leva em consideração critérios como comportamento em votações, atuação em frentes parlamentares e coligações políticas.
Entre os posicionamentos recentes do Novo no Congresso Nacional estão o apoio ao PL Anti-MST, a oposição à taxação de compras internacionais online e à PEC da Anistia, além de medidas de fiscalização que contribuíram para a suspensão de licitações do governo federal, como o leilão do arroz e a contratação da Secom.
A presença de nomes como Romeu Zema e Marcel Van Hattem no evento de filiação em Curitiba sinaliza o apoio da cúpula nacional do partido ao projeto político de Paulo Martins.
A expectativa é de que sua entrada no Novo amplifique sua visibilidade dentro da legenda e fortaleça sua posição como uma das lideranças da direita paranaense com vistas ao futuro eleitoral.