Um relatório divulgado na última quinta-feira pela organização International Christian Concern (ICC) revelou um aumento preocupante na perseguição contra cristãos em todo o mundo. Intitulado “Índice Global de Perseguição 2025“, o documento destaca a intensificação da opressão em regiões como Oriente Médio, África e Ásia, apontando o cristianismo como o grupo religioso mais impactado.
Fatores históricos e modernos se unem para intensificar perseguições
De acordo com Jeff King, presidente da ICC, “o mundo está vendo um impulso crescente em direção ao controle opressivo sobre a religião, particularmente o cristianismo, como consequência de vários fatores modernos e históricos convergindo”. Países com regimes autoritários e grupos extremistas islâmicos figuram como os principais responsáveis por ações opressivas, especialmente na região do Sahel, na África, que inclui Mali, Níger e Chade.
O relatório também identificou nações como Afeganistão, Paquistão, Coreia do Norte e República Democrática do Congo como zonas de alto risco para populações cristãs, enfrentando perseguições que vão de tortura a assassinatos.
Tecnologia: uma ferramenta de vigilância e repressão
Enquanto as redes sociais facilitam o acesso à informação, tecnologias emergentes são cada vez mais usadas para ampliar a vigilância e reprimir dissidências, especialmente em estados autoritários. A China, por exemplo, exporta sistemas de vigilância sofisticados que permitem regimes monitorarem grupos religiosos de forma mais rígida. Na América Latina, países como Nicarágua e Venezuela têm adotado medidas hostis contra líderes religiosos críticos de seus governos.
Cristianismo como alvo de regimes e extremistas
“Em muitos estados autoritários, o cristianismo é visto como um representante da influência e dos valores ocidentais, que os regimes frequentemente rejeitam como imperialistas ou desestabilizadores”, destacou King. Essa visão, associada ao aumento de tensões geopolíticas e retrocessos democráticos, contribui para o cenário atual de intolerância religiosa.
A luta por liberdade religiosa em um cenário global instável
O relatório ainda aponta o crescimento de discursos de ódio e desinformação contra comunidades cristãs em plataformas digitais, especialmente em países como Índia e Paquistão, onde esses fatores frequentemente levam a ataques direcionados.
King alertou sobre a necessidade de ações globais para conter a escalada da intolerância: “Os regimes de hoje estão seguindo manuais de repressão semelhantes aos utilizados em períodos históricos como a União Soviética e a Alemanha nazista. Essa tendência torna a luta pela liberdade religiosa mais urgente do que nunca.”