O Brasil registrou 1,650 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil em 2024, o que representa 4,3% da população nessa faixa etária.
Os dados, divulgados nesta sexta-feira (19) pelo IBGE, apontam um aumento de 34 mil jovens nessa condição em relação a 2023. A região Sul foi a que apresentou a maior alta no período, com um crescimento de 13,6% no contingente.
A realidade na região sul
Enquanto o número total de crianças e adolescentes em trabalho infantil no Brasil teve uma variação de 2,1% em um ano, a região Sul registrou o maior aumento proporcional do país, com 13,6%, seguida pelo Nordeste, com 7,3%.
O analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto, pondera que ainda é cedo para afirmar se há uma reversão na tendência histórica de queda do indicador, e que a oscilação pode indicar uma estabilidade.
Perfil e impacto na educação
O levantamento, parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, mostra que a maior parte das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil é do sexo masculino (66,0%) e de cor preta ou parda (66,0%).
O trabalho também impacta a frequência escolar. Enquanto 97,5% da população total de 5 a 17 anos estuda, entre aqueles em situação de trabalho infantil, o percentual cai para 88,8%.
A diferença é maior na faixa de 16 e 17 anos, onde quase metade (49,2%) trabalhava pelo menos 25 horas semanais.
Pontos positivos
Apesar do aumento no número geral, a pesquisa trouxe alguns dados positivos. O contingente de crianças e adolescentes nas piores formas de trabalho infantil (Lista TIP) atingiu, em 2024, o menor patamar da série histórica, com 560 mil pessoas.
Além disso, a proporção de adolescentes de 16 e 17 anos na informalidade também foi a menor já registrada (69,4%).