Foi isso que me salvou.
Enquanto tantas me ignoravam, uma me enxergou.
Acreditou em mim. Deu-me nome, deu-me lugar, deu-me voz.
É por causa dela e por causa de mim que hoje eu estou aqui.
Eu não cheguei à educação por paixão.
Cheguei porque fui ferida.
Fui uma criança que sofreu racismo. Que foi invisibilizada. Que carregou dores que nenhuma criança deveria carregar.
E depois de tanto sofrer, eu voltei pra escola.
Não por romantismo, mas porque entendi que ninguém muda um sistema de fora.
Eu voltei pra garantir que outras crianças não fossem feridas como eu fui.
E eu aceitei o convite dessa coluna exatamente por isso.
A gente tem visto tantas notícias sobre professores violentos, autoritários, despreparados…
E sim, existem profissionais ruins, como em toda profissão.
Mas isso não pode ser a única história.
Eu quero mostrar os bons.
Quero mostrar o trabalho comprometido, afetivo, potente de tantos educadores e educadoras que, todos os dias, com poucos recursos e muito coração, fazem da sala de aula um lugar de resistência, de acolhimento e de transformação.

























