Nos últimos dias, as redes sociais em Foz do Iguaçu viraram um verdadeiro muro das lamentações. Relatos de oscilações de energia queimando eletrodomésticos e demora no restabelecimento da luz após os temporais se acumulam no Facebook e grupos de WhatsApp.
Mas, apesar do barulho digital, muitos iguaçuenses sentem que a concessionária “não dá ouvidos”. E, tecnicamente, eles estão certos: para a Copel, o que não vira número de protocolo na ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), é como se não existisse.
Para a concessionária, uma reclamação formal na agência reguladora é muito mais do que um número de protocolo; é um alerta financeiro e regulatório. Entenda por que o “caminho chato” da burocracia é a única arma real do consumidor.
O “Calcanhar de Aquiles”: Indicadores DEC e FEC
Quando você abre uma reclamação na ANEEL (telefone 167) sobre falta de luz, você ajuda a alimentar dois indicadores que são o pesadelo de qualquer distribuidora: o DEC (Duração Equivalente de Interrupção) e o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção).
Traduzindo: Eles medem, respectivamente, quanto tempo você ficou sem luz e quantas vezes isso aconteceu.
Se a Copel ultrapassa os limites toleráveis definidos pela ANEEL para a sua região em Foz, ela é obrigada a pagar compensações financeiras diretamente na fatura dos consumidores afetados.
Sem a sua reclamação formal, a “mancha” no indicador pode passar despercebida e o sistema entende que o serviço está dentro da normalidade.
A Dor no Bolso: Multas e Ressarcimentos
A ANEEL não apenas monitora, ela pune. Reclamações recorrentes sobre um mesmo tema (como oscilação de tensão que queima aparelhos) disparam gatilhos de fiscalização.
Recentemente, a agência aplicou multas pesadas à Copel justamente por falhas na qualidade da energia fornecida.
Dados mostram que as penalidades por variações de tensão, aquele “pisca-pisca” que danifica geladeiras e portões eletrônicos, aumentaram drasticamente. Uma reclamação na ANEEL é a prova material que o fiscal precisa para justificar essas multas.
A reputação em Jogo: O Ranking da ANEEL
Além do prejuízo financeiro direto, existe o dano à imagem. A ANEEL publica anualmente um ranking de desempenho das distribuidoras, baseado na satisfação do consumidor e na qualidade do serviço.
Para uma empresa de capital aberto como a Copel, cair nesse ranking afasta investidores e desvaloriza a marca. A sua reclamação oficial é o voto que define essa nota negativa. O desabafo no Facebook, por outro lado, desaparece na timeline no dia seguinte.
Resumo: Como transformar sua raiva em ação
Para que sua queixa tenha validade e gere punição, é preciso seguir o rito oficial. A ANEEL só aceita reclamações se você já tiver tentado resolver com a Copel primeiro.
- Fale com a Copel: Entre em contato pelos canais oficiais (0800 51 00 116, App ou WhatsApp) e, obrigatoriamente, anote o número de protocolo.
- Acione a ANEEL: Com o protocolo em mãos e o problema não resolvido (ou resolvido com atraso), entre em contato com a agência:
Telefone: 167 (ligação gratuita)
Sites: gov.br/aneel
Ao oficializar sua queixa, você deixa de ser apenas uma voz isolada na internet e passa a ser uma estatística que a Copel é obrigada a resolver para não perder dinheiro.

















