Viver em uma cidade de fronteira tem seu lado bom e seu lado ruim. Em Foz do Iguaçu, a gente vê isso todo dia: de um lado, o potencial incrível que temos com a Argentina e o Paraguai bem aqui do lado; de outro, filas, burocracia e falta de estrutura que atrapalham tudo.
Mas parece que algo está mudando — e essa mudança começa na Argentina.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, anunciou que o governo quer mudar o controle de imigração de Puerto Iguazú. Em vez de fazer tudo logo na entrada da cidade, a ideia é levar esse controle para perto do aeroporto.
Assim, turistas do Brasil e do Paraguai poderiam entrar e passear pela cidade sem precisar fazer imigração na hora, só seria necessário se fossem dormir na cidade ou pegar um voo.
Essa mudança faz parte do Decreto 366/2025, que quer deixar as fronteiras mais ágeis sem descuidar da segurança. Além disso, em agosto a Argentina vai abrir um novo posto de controle unificado na ponte entre Posadas (AR) e Encarnación (PY), onde agentes dos dois países vão trabalhar juntos.
Para quem atravessa a fronteira todo dia, seja a trabalho ou a passeio, isso é uma ótima notícia.
E aqui no Brasil? Estamos acompanhando?
A verdade é que a estrutura que temos hoje na fronteira é velha e mal organizada.
Muita gente deixa de ir até Puerto Iguazú almoçar ou fazer compras só por causa da fila na ponte. Perdemos dinheiro, turistas e boas oportunidades por conta disso.
A proposta argentina mostra que, com vontade política e bom planejamento, dá para resolver esse problema. Se o controle for feito fora da cidade, com critérios como tempo de permanência e nível de risco, a entrada de turistas fica mais fácil e a economia local agradece.
Além disso, a ministra argentina disse que o país está reforçando os acordos de segurança com o Brasil e o Paraguai. Esses protocolos não eram atualizados desde 1996! A ideia é unir forças nas áreas mais críticas da fronteira e usar inteligência para evitar o crime sem travar o turismo.
Se a Argentina está agindo, o Brasil e Foz do Iguaçu também precisam fazer a sua parte. A gente precisa de um plano trinacional de mobilidade, com postos conjuntos, uso de tecnologia, reconhecimento facial e um sistema mais prático e moderno.
Foz tem tudo pra liderar esse debate. Temos as Cataratas, Itaipu, milhares de turistas todos os dias. O que falta é uma fronteira que funcione de verdade. Que esse exemplo da Argentina sirva de alerta — e de motivação.
Porque a fronteira que hoje atrasa a gente, pode ser justamente o que mais nos une. Só falta querer fazer.
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Com base em matéria do portal La Voz de Cataratas (Argentina).