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Do título à sentença: quando a preguiça de ler envenena o debate

Como a preguiça de ler está transformando a opinião pública em ruído e empobrecendo o debate.

Filipe Peixotopor Filipe Peixoto
2 de outubro de 2025
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Foto: Imagem ilustrativa gerada com auxílio de IA.

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A maioria não passa da manchete. Esse costume, que já virou praxe, está envenenando o debate.

Hoje, devorar um texto inteiro, por mais curto que seja, soa como maratona. Uma tarefa indesejável, quase uma afronta à pressa do dia. O título virou suficiente para julgar, opinar, compartilhar e até se revoltar.

Ler virou exceção. Pensar, então, nem se fala.

As pessoas se informam por títulos, se emocionam por trechos e formam opinião por impressão. O conteúdo? Não precisa. A explicação? É longa. O contexto? Cansativo.

A pressa virou desculpa para a ignorância e, o pior, uma ignorância confortável, que não dói, não corrige e não se questiona.

Não é apenas desatenção, é uma cultura construída. As redes sociais, os portais de notícia e até os mecanismos de busca são desenhados para entregar estímulos rápidos, frases de impacto, chamadas de efeito.

Tudo precisa caber em poucos caracteres, prender em poucos segundos e gerar alguma reação: raiva, aplauso ou clique.

O problema é que esse consumo fragmentado molda a forma como pensamos. Passamos a rejeitar qualquer informação que exija esforço cognitivo.

Um texto mais denso? “Textão.” Uma explicação mais completa? “Chato.” Um artigo analítico? “Tendencioso.” A verdade virou inimiga da pressa.

Quem lê só a manchete entende mal e repassa pior ainda.

Esse comportamento alimenta um ambiente de desinformação que não depende nem de mentiras bem elaboradas, basta um título ambíguo, uma imagem fora de contexto e milhares de leitores que não leem.

A polarização se intensifica, não porque as ideias estejam mais distantes, mas porque ninguém mais tem paciência para entender o que o outro está dizendo.

As pessoas não querem saber o que foi dito, querem confirmar o que já acreditam. E, se bastar à manchete para isso, melhor ainda.

O mais grave? Essa desinformação é, muitas vezes, uma escolha. Não se trata apenas de manipulação externa. É também uma recusa ativa à complexidade. É mais fácil ignorar a nuance do que lidar com ela.

É um paradoxo. Jornalistas se esforçam para investigar, apurar, contextualizar e, muitas vezes, são julgados por leitores que sequer passaram do primeiro parágrafo.

Há uma cobrança por imparcialidade, profundidade, ética e há, ao mesmo tempo, uma audiência que abandona o texto assim que ele contraria uma expectativa.

Não são poucos os profissionais que adaptam suas pautas ao que “o público consome”. O risco disso é claro: o jornalismo deixa de ser uma ferramenta de compreensão e passa a ser um espelho de vaidades.

Escreve-se para agradar. Títulos são moldados para gerar cliques. Verdades complexas são espremidas até caber em um subtítulo. E perde-se, assim, a essência do jornalismo: informar, questionar, esclarecer.

Ler é mais do que absorver palavras. É construir sentido, reconhecer contexto, identificar contradições. Quando renunciamos a isso, entregamos também a capacidade de debater, sustentar ideias, duvidar com consistência.

Vivemos tempos em que opinar virou um ato impulsivo e refletir, um atraso. A lógica se inverteu: quem lê é visto como “intelectual demais”, “complicado”, “elitista”. Quem reage rápido, grita alto e compartilha sem checar é tratado como “engajado”.

Mas uma sociedade que não lê, que não reflete, que se informa por fragmentos é uma sociedade vulnerável. Vulnerável à manipulação, à intolerância, ao erro e, talvez o pior, à própria ignorância.

Este texto não é um lamento saudosista nem um sermão. É um convite ou, se preferir, uma cutucada. Porque ainda dá tempo de mudar. Ainda dá tempo de recusar a pressa, de desconfiar da manchete fácil, de cultivar a leitura como um ato de resistência.

Antes de opinar, leia. Antes de compartilhar, entenda. Antes de julgar, compreenda.

Porque pensar exige leitura, e a preguiça de ler é a porta de entrada da superficialidade.

Fonte: Filipe Peixoto
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Filipe Peixoto

Filipe Peixoto

Pedagogo e especialista em Educação Digital, com formação voltada ao uso de tecnologias aplicadas à aprendizagem.

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