Na noite de segunda-feira, 26 de maio de 2025, durante um protesto pacífico em Foz do Iguaçu contra a atual gestão municipal, um incidente envolvendo a Secretária de Obras, Thaís Escobar, e o jornalista Jackson Cabañas chamou a atenção.
Segundo relatos de testemunhas e registros do momento, Jackson, que também participava como cidadão expressando insatisfação com os rumos da cidade, abordou a secretária de forma cortês para um cumprimento.
A resposta, no entanto, foi marcada por palavras ofensivas, tom hostil e insultos, conforme documentado.
O protesto, que enfrentou repressão da Guarda Municipal, foi parte de uma série de manifestações contra a administração liderada pelo prefeito General Joaquim Silva e Luna.
O episódio ocorreu em um contexto de tensões, com a gestão enfrentando críticas públicas sobre saúde, educação e infraestrutura.
Implicações para a Liberdade de Imprensa
O incidente levanta questões sobre a liberdade de imprensa em Foz do Iguaçu e no Paraná. O Relatório de Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa 2024, divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), aponta o estado como o segundo no Brasil em casos de violência contra profissionais da mídia, com 15 ocorrências (10,42% do total nacional) e o maior índice de agressões na Região Sul.
Especialistas destacam que tais episódios podem comprometer o acesso da população a informações independentes, essencial para uma democracia saudável.
A agressão verbal, mesmo sem contato físico, é interpretada como um atentado à atividade jornalística, protegida pelo artigo 5º, inciso IX, da Constituição Federal, que garante a livre manifestação do pensamento e da comunicação sem censura.
Reflexões sobre a Postura Pública
A conduta de Thaís Escobar, como agente pública, é questionada à luz do Código de Ética da Administração Pública, que exige decoro, urbanidade e respeito. A resposta hostil a um jornalista, mesmo em um ambiente de protesto, sugere uma postura reativa e intolerante, levantando debates sobre a preparação de figuras públicas para lidar com críticas.
Observadores apontam que, em vez de diálogo ou apresentação de resultados, a gestão opta por confrontos verbais, o que pode reforçar a percepção de uma administração pouco aberta ao contraditório.
A ausência de medidas concretas para abordar as demandas dos manifestantes, como melhorias em serviços públicos, alimenta questionamentos sobre a eficácia da gestão.
Silenciar vozes críticas, segundo analistas, não resolve os problemas apontados, como filas em postos de saúde ou buracos nas ruas, mas expõe uma fragilidade na comunicação oficial.
Importância do Jornalismo Livre
O caso reforça a relevância de um jornalismo independente para fiscalizar o poder público e dar voz às demandas da sociedade. Sem a cobertura de profissionais como Jackson Cabañas, incidentes como este poderiam passar despercebidos, limitando o debate público.
A proteção da imprensa livre é vista como um pilar para garantir transparência e responsabilidade, especialmente em momentos de polarização. Organizações de defesa da liberdade de expressão alertam que ataques a jornalistas, mesmo verbais, criam um ambiente de intimidação que afeta a democracia local.
O episódio em Foz do Iguaçu serve como um chamado à reflexão: até que ponto a intolerância de figuras públicas pode comprometer o direito à informação? E como a sociedade pode exigir respostas baseadas em ações, e não em silenciamento?
Posicionamento do Diário das Águas
O Diário das Águas se solidariza com o jornalista Jackson Cabañas e condena veementemente quaisquer atitudes que visem a censura, a intimidação ou o desrespeito à liberdade de imprensa.
Acreditamos que o jornalismo independente é essencial para a democracia e reafirmamos nosso compromisso em promover um debate informado e plural, sem interferências.