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Home Opinião - Filipe Peixoto

O prefeito virou santo — e a crítica, pecado

A idolatria política transforma prefeitos em divindades locais e cidadãos em devotos submissos.

Filipe Peixotopor Filipe Peixoto
7 de agosto de 2025
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Foto: Imagem ilustrativa gerada com auxílio de IA.

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Em alguma parte da história, o eleitor parou de ser cidadão e passou a ser torcedor. A política, que deveria ser o exercício árduo da responsabilidade pública, virou um campeonato municipal de paixões — e, como em todo fanatismo, a razão foi a primeira vítima. Hoje, prefeitos podem errar à vontade.

Seus erros são perdoados com a mesma facilidade com que se esquece um pênalti perdido pelo craque do time do coração.

— O problema é que, ao contrário do futebol, aqui quem paga somos todos nós.

Vivemos a era do “prefeito intocável”. Ele pode atrasar obras essenciais, engavetar promessas, empregar meio gabinete em cargos comissionados e manter a cidade com o asfalto esfarelando sob os pneus — mas bastam meia dúzia de postes pintados e vídeos sorridentes em redes sociais para garantir o aplauso automático da claque.

Qualquer tentativa de crítica é vista como crime de lesa-majestade.

— E o crítico, esse miserável, passa a ser tratado como “inimigo do progresso”.

A cidade pode estar caindo aos pedaços, mas se o prefeito sorri, o povo agradece.

Não se trata de um problema administrativo — trata-se de um colapso moral. Quando o eleitor abdica do direito de cobrar e se contenta em justificar, a engrenagem da democracia emperra.

A crítica, que deveria ser o motor da evolução política, vira um incômodo, um ruído, um “ranço” de quem não “entendeu o novo tempo”.

Mas o novo tempo, ao que tudo indica, é velho como o coronelismo — só que agora com Wi-Fi. A bajulação é travestida de engajamento digital. Os gabinetes transformam-se em estúdios de vaidade.

E a cidade, essa coadjuvante esquecida, continua esperando por escolas decentes, unidades de saúde funcionando e transporte digno.

— O que ela recebe em troca? Reels de drone com musiquinha motivacional.

Fazer oposição hoje — e não falo de oposição partidária, mas de pensamento crítico — é uma tarefa para corajosos. Porque o “torcedor político” é agressivo, cego, e muitas vezes mal-intencionado.

Não quer saber de dados, não quer saber de fatos, não quer saber de resultados. Quer defender o “seu”.

— É o eleitor que se ajoelha diante do gestor como se este fosse uma aparição divina.

O prefeito vira um mito municipal, e o contribuinte, um fiel sem direito à dúvida.

A pergunta que não quer calar é: quando foi que começamos a achar normal idolatrar quem foi eleito para trabalhar? Onde foi que nos convenceram de que cobrar é ser “recalcado”, “contra a cidade”, “opositor derrotado”?

Essa inversão de valores — em que o governante é endeusado e o cidadão, silenciado — é um atestado de falência do debate público.

A idolatria política é o primo pobre do autoritarismo. Ela não precisa de tanques nas ruas — basta um Instagram bem alimentado e uma militância histérica. A crítica vira ofensa. A dúvida vira conspiração. A divergência vira “ódio”.

— E no meio desse teatro patético, os problemas reais da cidade continuam sem roteiro.

O torcedor político não é ingênuo — é cúmplice. Ele sabe que seu prefeito não cumpre o que prometeu, mas o defende mesmo assim. Porque defende a si mesmo. Porque já não separa mais a sua identidade do mandato alheio. Atacar o político é atacar a autoestima do fanático.

— E é por isso que ele berra, esperneia, nega o óbvio. Porque a verdade, para ele, é uma ameaça.

O resultado? Um prefeito inflado de si mesmo, cercado de aduladores e completamente alheio às críticas reais. Uma cidade anestesiada, onde a indignação foi trocada por curtidas. E uma democracia que vai se esvaindo — não por falta de eleições, mas por excesso de idolatria.

No fim, o que era para ser governo vira seita. O prefeito vira santo. E a crítica, heresia.

— Mas nenhuma cidade foi salva por fé cega. Prefeitos não são deuses. E a política não foi feita para produzir milagres, mas resultados.

O dia em que o eleitor acordar do transe, talvez ainda reste algo a ser reconstruído.

Fonte: Filipe Peixoto
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Filipe Peixoto

Filipe Peixoto

Pedagogo e especialista em Educação Digital, com formação voltada ao uso de tecnologias aplicadas à aprendizagem.

Com a palavra, Filipe Peixoto

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