Quando um matemático e estatístico da credibilidade do professor Luiz Carlos Kossar aponta que Foz do Iguaçu está “estagnada”, a verdade é ainda mais dura: não estamos parados, estamos sendo ultrapassados.
O IPDM 2023, divulgado pelo IPARDES, é um raio-X que dispensa legenda: Toledo e Cascavel estão engatando marcha e acelerando; Medianeira, mesmo com tropeços, mantém consistência. E Foz? Foz está na garagem, discutindo se troca o pneu ou se pinta o carro enquanto as outras cidades seguem viagem.
E para quem acha que isso é exagero, basta olhar o gráfico:
– Toledo brilha em todos os indicadores.
– Cascavel avança com músculos próprios.
– Medianeira mantém relevância.
– Foz do Iguaçu, a cidade da tríplice fronteira, do turismo global, do PIB turbinado, patina no ranking como se fosse uma vila sem vocação econômica.
Enquanto Toledo aparece no seleto grupo de elite do Paraná, 5º lugar geral, Foz amarga a 117ª posição, depois de ter ficado em 110º, o mundo evoluiu, o interior cresceu, os vizinhos avançaram. Nós? Regredimos.
E não por falta de potencial. Falta decisão. Falta visão. Falta gestão.
Kossar, sensato como sempre, coloca o dedo onde dói: o problema central de Foz é emprego e renda.
É uma cidade com economia mal direcionada, que insiste num modelo velho, saturado, frágil e dependente.
Turismo é ótimo. Mas turismo não é suficiente. Principalmente quando não é profissionalizado, diversificado ou transformado em uma matriz de oportunidades reais.
E quando perguntado se há ineficiência da gestão pública local, já que a educação melhorou, mas a saúde despencou, Kossar não escorrega: “Sim. Mas o problema continua sendo emprego e renda.”
A má gestão não é um detalhe. É a cola que mantém o atraso colado no chão.
Para completar, o estatístico alerta que nossos representantes não tratam o tema como prioridade. E a consequência está escrita nas ruas:
– Periferias mais pobres;
– Crescimento do Bolsa Família;
– A maior informalidade do estado;
– Uma das maiores concentrações de renda do Paraná.
Ou seja: uma cidade rica sustentando um povo cada vez mais pobre.
A grande ironia? Na eleição de 2024, Foz votou em quem prometeu “desenvolvimento contra a estagnação”.
Um ano depois, o mapa mostra que o desenvolvimento não saiu da promessa e a estagnação não saiu do lugar.
Mas você, querido leitor, pode me perguntar: “Tá, Ed, blz! Mas qual a solução pra tudo isso que você escreveu?” E eu te respondo lembrando do que o próprio professor Kossar já me disse em inúmeros encontros informais, sempre com as palavras levemente molhadas por uma cerveja bem gelada, rodeado de amigos…
Reformular a matriz econômica
– Chega de dependência exclusiva do turismo e do comércio fronteiriço.
– Foz precisa atrair tecnologia, indústria limpa e inovação.
Criar um plano municipal robusto de geração de emprego e renda
– Não é evento, é política pública.
– Não é discurso, é execução.
Profissionalizar a gestão da saúde
– A queda brutal no ranking é sintoma de gestão desorganizada.
– Sem saúde forte, não há qualidade de vida e não há desenvolvimento humano.
Reduzir a informalidade com programas reais de formalização e crédito
– Hoje Foz vive uma “economia de sobrevivência”.
– A cidade precisa virar uma “economia de oportunidades”.
Melhorar a governança e a transparência
– Não existe desenvolvimento sem controle social e sem participação cidadã.
A pergunta que fica é: Quantos gráficos mais a gente vai precisar ver até perceber que o problema não é técnico, é político?



















































