Na última sexta-feira, a Rádio Cultura Foz veiculou reportagem sobre uma professora da rede municipal acusada de apresentar diploma de mestrado falso supostamente emitido pela Pontifícia Universidade Católica (PUC).
O Diário das Águas apurou o caso e entrou em contato com a professora investigada. Ela apresentou sua versão dos fatos, forneceu documentos e links utilizados para comprovar a suposta titulação e solicitou que sua identidade fosse preservada — pedido que esta reportagem respeita.
Abertura de sindicância e acordos
Diante do caso, a Prefeitura de Foz do Iguaçu instaurou sindicância por meio da Portaria nº 81.610. A Comissão de Sindicância, formada por três servidores efetivos, foi designada para apurar os fatos descritos no Memorando Interno nº 32.237/2025/SMAD, da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos.
O diploma apresentado permitiu progressão funcional e resultou em aumento de aproximadamente R$ 400 reais na remuneração.
Entre setembro de 2024 e abril de 2025, a servidora recebeu de forma indevida R$ 4.216,59 (quatro mil duzentos e dezesseis reais e cinquenta e nove centavos).
A partir das apurações, ela aceitou acordo administrativo para devolver o valor em 11 parcelas de R$ 383,33 (trezentos e oitenta e três reais e trinta e três centavos), corrigidas monetariamente e já descontadas em folha.
Paralelamente, firmou acordo de não persecução penal com o Ministério Público, evitando, neste momento, o prosseguimento de ação criminal.
Versão da professora
Em contato com o Diário das Águas, a professora declarou agir sempre de boa-fé e afirmou ter sido vítima de um golpe. Segundo ela, todo o processo começou a partir de um anúncio que simulava ser da PUC, que a direcionou a um contato por WhatsApp.
Após enviar um pré-projeto e participar de atividades online durante a pandemia, teria recebido o diploma pelos correios.
A professora contou que chegou a questionar a autenticidade do documento, mas foi direcionada a um link que simulava o site do MEC, no qual constavam seus dados e a suposta titulação.
O Diário das Águas teve acesso ao link (AQUI) e constatou que se tratava de um sistema clonado, com ambiente falso que exibia informações da servidora.
O acesso foi realizado com login fornecido pela própria docente, conforme prints abaixo.


A docente relatou que, acreditando na legitimidade do diploma, protocolou o documento na Prefeitura, que o manteve por meses em análise antes de deferir sua progressão. Para ela, esse trâmite reforçou a confiança de que tudo estava correto.
Em sua declaração, destacou:
“Nunca tive qualquer conduta que desabonasse minha vida profissional ou pessoal. Não é justo que minha imagem, construída com trabalho e honestidade, seja manchada por um golpe do qual também fui vítima.”
Ela acrescentou que seu afastamento profissional esteve relacionado a problemas de saúde decorrentes do uso da medicação Zolpidem, e não ao questionamento do diploma.
Por fim, ressaltou que aceitou devolver os valores recebidos não por reconhecer culpa, mas por considerar ser a medida correta diante da situação.
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Nota da Redação: Esta reportagem utiliza informações da matéria inicialmente veiculada pela Rádio Cultura Foz, escrita pela jornalista Natália Peres.
Que tranqueira de progressão. Melhor catar papelao ( vide que faz). Naovale o estudo e nem o golpe