O diretor de Comunicação da Prefeitura de Foz do Iguaçu, João Zisman, está no centro de uma denúncia grave: o uso de um carro oficial, doado pelo Governo Federal e abastecido com combustível pago pelos cofres públicos, para fins pessoais. Entre os deslocamentos particulares estariam, inclusive, idas a um cassino no Paraguai e um “rolé” despretensioso na Argentina.
O detalhe que chama ainda mais atenção é que o veículo utilizado por Zisman está adesivado como propriedade da Secretaria de Direitos Humanos, o que levanta questionamentos sobre desvio de finalidade e uso indevido de bem público.
De acordo com a Lei Municipal nº 3.608/2009 e o Decreto nº 31.763/2023, que regulamenta o uso da frota oficial, é terminantemente proibido utilizar veículos da administração para atividades particulares, como lazer, compras, passeios ou deslocamentos fora do expediente sem autorização formal.
Além disso, todo uso deve ser registrado em boletins diários com quilometragem, destino e justificativa. Se confirmadas as denúncias, o caso pode configurar violação direta à legislação municipal, passível de responsabilização administrativa e até judicial.
Com um salário de R$ 16.743,00, João Zisman nunca votou em Foz do Iguaçu. Natural do Recife e “importado de Brasília”, chegou à cidade com fama de discreto. Hoje, porém, é um dos nomes mais rejeitados dentro e fora da gestão.
Sob sua responsabilidade, a Comunicação da Prefeitura já consumiu mais de R$ 6 milhões em verbas públicas. O resultado, segundo críticos, foi exatamente o oposto do esperado: a rejeição ao prefeito Joaquim Silva e Luna disparou, e a desconfiança da população em relação à gestão aumentou.
Zisman não está sozinho na lista de desgaste. Ao seu lado, aparecem a secretária de Obras, Thaís Escobar, que amarga mais de 84% de rejeição, e Aline Maicrovicz, do Foztrans, conhecida por uma política de multas considerada abusiva — em média 480 autuações por dia.
O caso do carro oficial expõe não apenas um possível uso indevido do patrimônio público, mas também o abismo entre a imagem de austeridade que o governo tenta passar e a prática cotidiana dentro da máquina municipal.
Enquanto a população enfrenta buracos nas ruas, filas nos postos de saúde e dificuldades nos serviços básicos, parte do alto escalão segue colecionando privilégios, e, ao que tudo indica, tratando o dinheiro público como extensão da conta pessoal.
A pergunta que ecoa nos corredores é direta: até quando a blindagem política vai sustentar escândalos sucessivos no governo Silva e Luna?