Acordar e ver a internet em chamas com rumores sobre o fim de Virginia e Zé Felipe é, no mínimo, um fenômeno da era digital. É como ver uma novela em tempo real, com enredo, torcida, teorias, e claro, muita monetização.
O problema é que, diferente da gente, reles mortais, eles não dividem só casa e filhos. Eles dividem contratos, marcas, parcerias e milhões de reais em jogo.
Separar com CNPJ é outro nível de complicação.
Se pro cidadão comum o fim de um relacionamento já é um caos emocional com direito a choro no banheiro, DRs eternas por WhatsApp e divisão de geladeira e gato, imagina pra quem tem a própria relação transformada em produto?
Virginia e Zé são mais que um casal: são uma empresa. E toda empresa tem sócios, acordos, responsabilidades. Separar amor é difícil. Separar negócios, então… é guerra com advogado, planilha e cláusula de confidencialidade. Um “eu te amo” vale um post patrocinado. Um “acabou” pode significar a quebra de contrato com multinacional.
E é aí que a gente pensa: no fim das contas, a vida de todo mundo vira isso. Um jogo entre o que se sente e o que se precisa manter. Quem nunca ficou em um relacionamento mais pelo boleto do que pelo beijo?
Quem nunca adiou uma separação porque o aluguel era dividido em dois? Ou porque o plano de saúde era familiar? Ou porque o silêncio da solidão assustava mais que o grito do outro?
Virginia pode ter grana, likes e seguidor. Mas separação, quando é de verdade, tira o chão igual. Só que enquanto você briga por quem fica com o wi-fi da casa, ela pode estar discutindo quem fica com o “PodCats”, com o perfume da WePink ou com a porcentagem no engajamento das redes.
A dor da separação é democrática. Só muda o CEP.
O que a gente vê com esse possível fim (ou marketing?) é um retrato exagerado da realidade de muitos casais. Relações que começam no amor, se transformam em negócio e, quando acabam, viram processo judicial. Seja no fórum da família ou no jurídico da holding.
E talvez essa história toda sirva pra lembrar que casamento não é só sobre juras. É sobre sociedade. E que às vezes, o que mantém duas pessoas juntas não é o amor, é o medo de quebrar a empresa — ou o coração.