Dia dos Namorados chegou e passou, como todo ano. Flores, jantares, cafés da manhã improvisados e promessas feitas entre olhares apaixonados e stories com trilha sonora cafona.
O comércio agradece, os motéis lotam e as redes sociais viram uma vitrine de afetos filtrados com Paris ou Valencia. E quem tá solteiro finge que não liga, mas liga sim.
Só que entre os bombons e os buquês, ninguém te contou o mais importante: não adianta dar presente caro se você não sabe ouvir. Não adianta postar declaração se na prática você suga mais do que soma. E não, ciúme não é romantismo. É descontrole.
Essa crônica não é sobre o amor ideal. É sobre o amor possível, aquele que exige esforço, presença e autocrítica. Porque o verdadeiro risco nas relações não é a traição. É o ego. É a necessidade de ter razão o tempo todo. É fazer o outro pagar pelos traumas que você nem tentou resolver na terapia que vive adiando.
Ser um(a) idiota na relação não tem a ver com esquecer datas ou deixar a toalha molhada na cama. Tem a ver com ser emocionalmente preguiçoso. Com não se responsabilizar pelo que você causa no outro. Com usar o amor como muleta para suprir sua insegurança.
Então aqui vai um manual curto, direto e talvez desconfortável:
- Se você controla, não ama.
- Se você ignora, não cuida.
- Se você não escuta, não constrói.
- Se você não muda, não amadurece.
E o mais importante: se você não se ama, vai exigir do outro o que nem você consegue se dar.
Nesta semana em que o amor é vendido em embalagem metálica e entrega expressa, talvez o maior gesto romântico seja esse: não ser um peso. Ser abrigo.
Amar com respeito, com limite, com leveza. E com a coragem de dizer “desculpa” sem parecer derrota.
Feliz Dia dos Namorados mesmo que você esteja sozinho ou sozinha. Porque amar também é isso: saber ficar bem consigo mesmo, sem esperar que alguém venha preencher o que é seu por dever.
E se ainda assim você insistir em ser um(a) idiota… bom, pelo menos agora não pode dizer que não sabia.