As empresas estatais controladas pelo governo federal registraram um déficit primário de R$ 3,48 bilhões (três bilhões e quatrocentos e oitenta milhões de reais) nos primeiros cinco meses de 2025.
O dado, divulgado pelo Banco Central, representa o pior desempenho para o período desde 2002 e marca o terceiro ano consecutivo de resultado negativo para o conjunto de empresas. O resultado pressiona as contas do Tesouro Nacional e gera debate sobre a metodologia de cálculo.
Desempenho histórico e contraponto do governo
O rombo acumulado até maio é 1,6% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e contrasta fortemente com o superávit de R$ 5,1 bilhões (cinco bilhões e cem milhões de reais) apurado em 2022.
O cálculo considera a diferença entre receitas e despesas primárias das empresas, excluindo gigantes como Petrobras e Banco do Brasil.
Apesar dos números, o Ministério da Gestão questiona a metodologia do Banco Central, alegando que ela ignora os lucros líquidos das companhias.
A ministra Esther Dweck defendeu que, embora 11 estatais tenham apresentado déficit no relatório do BC, 9 delas registraram lucro contábil em 2024.
Cenário fiscal e resultados anteriores
A tendência de queda no desempenho fiscal global das estatais não é recente. Em 2024, o prejuízo consolidado do setor atingiu R$ 8,07 bilhões (oito bilhões e sete milhões de reais), sendo que R$ 6,73 bilhões (seis bilhões e setecentos e trinta milhões de reais) foram concentrados apenas nas empresas federais.
O resultado negativo pelo terceiro ano consecutivo aumenta a pressão sobre o Tesouro Nacional, que pode precisar cobrir parte das perdas.