Não é de hoje que o Hospital Municipal de Foz, Padre Germano Lauck, vive dias tenebrosos.
Infelizmente, os funcionários e, principalmente, a população sofrem diariamente com as condições indignas, desumanas e degradantes, de trabalho e de atendimento.
Parece que a cada novo relato a situação consegue piorar. Falta luz nos banheiros, muitos deles interditados ou sem condições mínimas de uso. Não é raro faltarem medicamentos básicos e insumos do dia a dia.
A estrutura física passa a impressão de que pode ceder a qualquer momento. E a população, já cansada, sofre com a ausência de profissionais e com filas intermináveis que transformam o direito à saúde em espera angustiante.
Vale ressaltar que a maior parte dos profissionais são verdadeiros guerreiros, que fazem o melhor que podem com o pouco que lhes oferecem. Gigantes que, acima de tudo, são humanos — e que, não raro, adoecem sobre pressão e más condições de trabalho.
Mas cada pessoa que ali é atendida é muito mais do que um número de CPF em uma planilha. É o amor de alguém: um pai, uma mãe, um filho, um ente querido que faz falta e é insubstituível. E quando essa vida se vai de forma antecipada, pela falha de um sistema que deveria protegê-la, a dor é ainda mais cruel.
Como podem tratar pessoas como se fossem pacotes de compras on-line? Jogadas de um lado para o outro, entre confusões de informação e falta de cuidado, como se a dignidade humana pudesse ser empurrada para os corredores mofados do hospital?
Não é mais possível ignorarmos a “trave” em nossos olhos. O problema não começou agora: se arrasta, no mínimo, há mais de 10 anos, com escândalos acumulados e uma estrutura que, quando muito, é maquiada. O Hospital Municipal precisa parar de ser empurrado com a “barriga”.
Algo precisa ser feito IMEDIATAMENTE. Antes que mais famílias sejam condenadas a perdas desnecessárias. Antes que mais vidas sejam abreviadas pelo descaso. O hospital não pode continuar sendo um depósito de sofrimento e abandono.
A saúde não espera. E Foz já esperou demais!